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21 de abril de 2011

Montanhismo, escaladas e mergulhos no Parque Nacional do Itatiaia

( por Willian Julianeti )
O Parque Nacional do Itatiaia é o mais antigo do Brasil, fundado em 14 de junho de 1937, pelo então presidente Getúlio Vargas. O nome Itatiaia é de origem tupi e significa "penhasco cheio de pontas". O parque está localizado no Maciço do Itatiaia, na Serra da Mantiqueira na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Onde tudo começou
Durante a pernada que realizamos no carnaval, tempo não nos faltava pra decidir qual seria o próximo destino, como sabíamos que seria 2 feriados emendados, a idéia era aproveitar ao máximo esse tempo... e veio do Rafa a sugestão pra irmos pra parte alta de Itatiaia. E apesar dele já conhecer o parque, essa seria a oportunidade ideal pra que eu e meu irmão conhecêssemos os 2 picos mais famosos do parque (Agulhas Negras e Pico das Prateleiras).
O início
Havia combinado com o Rafa de nos encontrarmos na portaria do parque na quinta feira, dia 21, por volta das 9 horas da manhã.... Pra isso eu sai de Araraquara durante a madrugada, com o objetivo de encontrar meu irmão num posto da Fernão pra depois irmos juntos rumo ao parque, local onde o Rafa estaria nos esperando...
Após belas horas na estrada, muito transito e congestionamento fora do normal, aproximadamente as 10:30 da manhã já estávamos passando pela divisa São Paulo/Rio, e atentos ao retorno pro povoado de Engenheiro Passos... ali pegamos a estrada que nos levaria a Caxambu, porem não chegaríamos até lá!!! Estrada simples e muito sinuosa, que normalmente não deve ter movimento, porem nesse dia, todas, todas e todas pessoas devem ter resolvido viajar, incrível, até ali tinha congestionamento!
Depois de +- 23km nessa estrada, encontramos ao nosso lado direito a entrada para a portaria do parque... dali até lá foram aproximadamente 13km por estrada de terra, sendo que os 10km iniciais são bem tranqüilos.... agora os 3km finais, esses são punk, paulera mesmo, em vários momentos nós praticamente parávamos o carro pra poder olhar e escolher o caminho “menos pior” pra passarmos...
Bem, subidas, pedras e buracos vencidos, chegamos na portaria aproximadamente ao meio dia, poucos minutos depois do Rafa/Flavia... e pra nossa grata surpresa também estavam acompanhados pelo Jorge e a Patricia.
Pronto, após deixamos nossos autógrafos e pagarmos as devidas taxas, os frangos Marcelo, Rafa, Flavinha, Cristiano, Willian, Vanessa, Patrícia e Jorge já estavam prontos, todos com mochila nas costas e rumo ao Rebouças.

Dia 1
Após estacionarmos os carros na entrada do parque, seguimos caminho rumo ao abrigo Rebouças, e como já era tarde tivemos que apertar o passo afim de aproveitar a tarde que ainda nos restava.

Aproximadamente 40 minutos depois estávamos chegando no abrigo, e como tínhamos pouco tempo pra fazer algo, decidimos não armar o acampamento naquele instante.
Decidimos deixar as cargueiras no abrigo, pegar as mochilas de ataque e seguir para o nosso primeiro objetivo - a Asa de Hermes.


Frustração, essa é a palavra mais correta para descrever o que nós sentimos no primeiro dia. Depois de quase duas horas ainda não havíamos chegado ao nosso objetivo, o Jorge e a Patricia acabaram retornando pois eles não iriam pernoitar conosco no parque. Mas ainda restava eu, Vanessa, Cristiano, Marcelo, Rafa e Flavinha.
A caminhada estava sendo tranqüila, a trilha era bem clara e com uma vegetação baixa, era possível ver o caminho que iríamos realizar e ao fundo a Asa de Hermes. Mas pouco tempo depois foi a vez da Vanessa e eu não acompanharmos mais o grupo, nosso destino já era visível, faltava pouco, estávamos a menos de 300 metros, porem uma forte gripe castigava a Vanessa e com isso acabamos optando em ficar por ali e esperar o resto do pessoal que ainda tentaria chegar ao nosso objetivo.


O lugar onde paramos nos oferecia todo visual do trecho que ainda restava, ficamos sentados e observando a tentativa do grupo chegar até a Asa de Hermes. Essa ultima parte era somente subida, porem dentre uma vegetação alta, com vários arbustos e pedras grandes. Nesse momento pudemos ver as várias tentativas que foram feitas, todas sem sucesso.
O tracklog que usamos parecia não ter sido feito durante uma caminhada, provavelmente foi montado à mão e não por GPS, ele indicava um caminho que era impossível de ser feito. Na hora o grupo pensou numa outra opção, outro caminho que parecia ser o correto, porem já não tínhamos tempo.
O final da tarde estava próximo, o clima já estava mudando e já era possível perceber que a noite seria fria, acabamos sentindo o amargo sabor do retorno para o abrigo.

Dia 2 (Pico das Prateleiras, Banho de Cachu e Escalada)
Acordamos as 07h30min da matina depois de pegar uma friaca durante a madrugada, beirando os 0 º. Ânimos renovados e muita motivação para conhecer as Prateleiras.


Tomamos um belo cappuccino com cioccolato e preparamos a mochila de ataque. Enquanto estávamos aguardando a Patrícia e o Jorge chegarem ao abrigo, avistamos uma trupe “estilo CVC” que partia para o Pico das Agulhas Negras, e foi nesse momento que ficamos aliviados por escolher subir o pico no dia seguinte.
Enveredamos a trilha e logo nos deparamos com a cachoeira das flores, e mais a frente uma via de +/- 12 mts para escalarmos em Top Hope. Depois de 15 minutos de caminhada o Rafa pediu para continuarmos, pois a Flávia não estava muito boa e eles fariam uma parada mais longa. Chegando a base das Prateleiras, ficamos esperando o Rafa e a Flávia para continuarmos a subida.


A Patrícia, a Vanessa e a Flávia, ficaram na base enquanto o resto dos frangos ascendia ao pico.


Um pouco antes do famoso pulo do gato, o Marcelo travou ao tentar sobrepujar uma fenda de 60 cm em desnível. Precisou colocar as sapatilhas e de muito apoio psicológico. ( Vai lá Marcelo, faz de conta que você é a Mulher Aranha ). Não sei o porquê, mas depois disso ele se motivou e derrotou seus fantasmas.


Chegando ao cume, vislumbramos ao Leste, toda Serra do Mar e o Lago de Furnas, ao Sul, a linda Serra Fina, e a Oeste, o Pico do Itatiaiaçu.


Ao longo da volta, decidimos nos deleitar com um banho na Cachoeira das Flores, a água estava tão gelada que chegou a ser uma experiência asfixiante, mas ao mesmo tempo foi bom para recobrar os sentidos. Durante os nossos mergulhos e golfinhadas, o Jorge e a Patrícia montaram o Top Hope, e por ali brincamos durante algumas horas.



À noite, com um céu límpido e estrelado, nos reunimos no abrigo pra fazer o rango. Hora ideal pra batermos bons papos e dar boas risadas, risadas que só aumentaram quando vimos à quantidade de rango que o Marcelo iria fazer, rango pra pelo menos mais uma pessoa.
Depois de jantar o convite para barraca era irrecusável, pouco tempo depois estávamos todos em seus devidos aposentos.

Dia 3 (Agulhas Negras e retorno pra casa)

No dia anterior nós encontramos uma grande quantidade de pessoas nas Prateleiras, e sabíamos que teríamos problemas se encontrássemos esse grupo rumo ao Agulhas, por esse motivo decidimos acordar mais cedo e começar a trilha antes de todos.
Acordamos as 06h00min, fizemos os preparativos e saímos bem cedo rumo as Agulhas Negras. Desta vez fomos em seis ( Marcelo, Rafa, Patrícia, Jorge, Cristiano e eu).


A subida foi muito agradável e sem nenhum perrengue maior. Somente alguns trechos tensos, devido à exposição, já que escolhemos não nos respaldar com corda.


Andamos rapidamente ao pico, depois de passar por vários trepa pedras, muito aderentes por sinal.


Ficamos durante 30 minutos sentados, conversando e fazendo um lanche. Mesmo com a grata sensação de o cume ser exclusivamente nosso, tivemos que nos preparar subitamente, pois o tempo estava fechando e a craudiação chegando.


A volta ao abrigo foi indubitavelmente comparada à subida, rápida e sem muitas delongas, mas desta vez preferimos fazer um rapel a nos aventurar em exposições maiores.

Chegamos ao abrigo, desmontamos as barracas e deixamos para trás a satisfação de conhecer mais um lugar maravilhoso e mágico.

Pontos negativos:
  • Tivemos que mudar as barracas de lugar no segundo dia, pois não havia sinalizações claras dos locais de acampamento.
  • O controle precário do Parque em administrar a quantidade de pessoas acampadas, pois muitos diziam que passariam somente o dia e acabavam pernoitando.
  • A falta de instrução dos guias, que deixavam os turistas fumarem dentro do Parque. ( Nem precisamos relembrar a queimada que aconteceu em 2010 ) http://www.oeco.com.br/blog-trajetoriafumaca/24283-500-hectares-queimados-em-itatiaia

Pontos Positivos
  • A Vanessa subiu uma montanha pela primeira vez.
  • Marcelo fez sua primeira trip junto com os frangos.
  • O tempo colaborou e nos proporcionou a visão de belas paisagens.
  • Trocamos contatos com uma galera gente boa do Rio de Janeiro.
  • O bastão Black Diamond é show de bola.
  • A companhia de todos, e a satisfação de estarmos em um lugar maravilhoso com pessoas que gostamos, é com certeza o maior ponto positivo.
  • Frangos presentes:
  • Patrícia
  • Jorge (Bell Marques, Chiclete com Banana )
  • Rafa
  • Flávia
  • Cristiano
  • Marcelo ( Mulher Aranha )
  • Willian
  • Vanessa ( aspirante a montanhista )

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