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23 de junho de 2011

Serra Fina ou Serra Bela

(por Willian Julianeti)

A ORIGEM

Desde a travessia de Lapinha-Tabuleiro-Lapinha, o Rafa já tinha colocado como próximo objetivo a Serra Fina. Amadurecemos a idéia durante o passeio no Parque Nacional do Itatiaia e acertamos a data. Durante os meses subseqüentes, combinamos toda a logística e confirmamos os frangos integrantes. Paty, Jorge, Rafa, Cristiano e Willian. A Flavinha não pode ir devido a um problema de saúde.

DIA 22/06/11 sai as 17:00 de Araraquara de ônibus em direção a cidade de SP para encontrar meu irmão. Prosseguimos para Passa Quatro – MG e lá passamos a noite na Pousada do Verde. Na manhã seguinte os frangos de BH foram ao nosso encontro na pousada. Eles chegaram por volta das 08:00, ai aproveitamos para tomar um café da manhã juntos.

O INÍCIO

1.º DIA 23/06/11 – DESTINO: CAPIM AMARELO

O Flavio foi o motorista incumbido de nos transportar até o início da travessia ( Toca do Lobo ). Ele nos pegou as 09:30 e chegamos na Toca as 10:20. Animados e ansiosos iniciamos a travessia as 10:30.
No primeiro ponto de água tivemos a surpresa de encontrar um pessoal de Brasília da AVI que estava fazendo uma matéria sobre Passa Quatro, e como o Rafa é Vice-Presidente da Fememg, ele deu uma entrevista falando sobre a importância do livre acesso as montanhas, salientando o mínimo impacto e a conscientização ambiental.

Após o Rafrango fazer as explanações, nós continuamos a pernada, com belas caminhadas sobre a crista sem muitos perrengues. Chegamos no ponto de acampamento antes do Capim Amarelo e por lá achamos um lugar estreito para montarmos as barracas. O Jorge e a Paty com uma barraca estilo Xandão moda-grande ( olha o bullying ), ocuparam 50% do local, enquanto o resto se digladiava por míseros m2. Fizemos um rango e logo nos retiramos aos nossos aposentos.



2.º DIA 24/06/11 – DESTINO: PEDRA DA MINA

Acordamos as 06:00 com a esperança de ver o sol nascer, breve ilusão, pois o dito cujo ascendeu atrás das montanhas. Por volta das 08:30, logo após o café da manhã, nos pusemos a caminhar.

O segundo dia foi dividido em 2 etapas. A primeira com muita mata fechada, capim-elefante e taquaral, já a segunda etapa com muito trepa pedra e crista batida.


Em relação ao desnível, este segundo dia começou com um aclive de 100 mts no Capim Amarelo e sequentemente um declive de 300 mts em mata fechada, alternando posteriormente em subidas de descidas menores.

Com a craudiação e o excesso de pessoas na trilha ( +/- 150 pessoas ), optamos em acampar no ponto de água antes da Pedra da Mina, sem dúvida um dos melhores pontos em toda a travessia. Apesar da exposição a ventos, o local era privilegiado devido ao terreno plano, espaçoso, próximo da água e longe da muvuca.
Esta noite foi a mais marcante por vários motivos: rango comunitário, clima perfeito, Via Láctea riscada no céu e salpicada por meteoros. Somente dois fatos lamentáveis: Rojões no alto da Pedra da Mina e incêndio em um dos picos perto do 1.º Ponto de água ( o Prev fogo trabalha com a hipótese de pessoas que fizeram uma fogueira e perderam o controle )

3.º DIA 25/06/11 – DESTINO: PICO DOS TRÊS ESTADOS

Acordamos as 06:30 e mais uma vez não conseguimos ver o nascer do sol. Tomamos um café da manhã reforçado e levantamos acampamento as 08:30. As 10:00 estávamos no cume da Pedra da Mina. Contemplamos a beleza em sua totalidade nos 360º visíveis, avistando o maciço do Marins-Itaguaré, Agulhas Negras, Prateleiras, Serra do Mar, Pico do Corcovado e até o Pico do Papagaio.


Depois de belas imagens, conversamos sobre a hipótese do Jorge e a Paty abortarem a travessia devido ao cansaço. Começamos a descer a Pedra da Mina e próximo a base, nos dividimos em dois grupos. A Paty e o Jorge desceram pela trilha do Paiolinho, sendo uma descida nada fácil com uma duração de 6 horas de pernada, enquanto o restante do grupo continuou a travessia.
Como descemos um pedaço da Pedra da Mina junto com o Jorge e a Paty, tivemos que fazer uma variante para interceptar o track log mais a frente no Vale do Ruá. Ficamos praticamente 40 minutos em um puta vara-mato no meio do Capim Elefante.

Depois de voltar à trilha, rumamos a leste, passamos pelo Cupim de Boi, e pelo Pico dos 3 Estados.
Desde a descida da Pedra da Minha nós imprimimos um ritmo muito forte, assim pensamos em ficar no Acampamento 23 para escapar da craudiação.
Como planejado, logramos o acamp 23 as 17:30. Armamos as barracas numa piramba, mas o suficiente para dormir. O frio era intenso, então fizemos a janta e logo nos pusemos a contar carneiros.

4.º DIA 26/06/11 - DESTINO: POUSADA DO VERDE

Levantamos as 05:00 da matina, e logo as 06:08 estávamos iniciando o último trecho da Serra Fina. Como preferimos acampar depois do Pico dos 3 Estados, acabamos passando a maioria das pessoas. Perto do Pico do Alto dos Ivos, passamos o último grupo acampado, e daí em diante foi só pelejar e rasgar o mato que cada vez mais fechado por bambus e cipós atrapalhava o ritmo.


Chegando perto da BR, ligamos para a Eliana ( responsável pelo transporte ), e ela atenciosamente conseguiu adiantar nosso resgate. As 11:00 chegamos a BR e encontramos o Toninho da Van.
Estávamos preocupados com o Jorge e a Paty, pois não conseguimos comunicação com eles durante a descida, mas durante um contato com a Eliana, foi nos passado que eles estavam bem e já acomodados na Pousada das Pedras.
Chegamos a Pousada do Verde próximo as 13:00, e como já tínhamos reservado almoço e banho, logo nos deleitamos com pratos fartos de comida caseira e sobremesa típica da vovó ( Doce de Leite e Canjica ). Tomamos um belo banho pra tirar a catinga e nos despedimos já com a promessa de fazer o Pico do Papagaio em Agosto.

Conclusões: Fazer a Serra Fina não é fácil, mas também não é absurdamente difícil, o mais complicado é desenvolver um ritmo ideal, já que 70 % da travessia é em mata fechada, então podemos considerar uma travessia longa e técnica, obrigando a uma boa preparação no quesito físico, psicológico e de infra-estrutura. Todas as decisões fáceis e difíceis foram tomadas em acordo com a equipe, sempre priorizando a segurança. Acredito que foi para todos, uma experiência ímpar e que somente fortaleceu a auto-estima e os laços de amizade.










Frangos presentes:
  • Rafa – Rezemos para alma, pois o corpo já era. Ainda bem que a Flavinha não estava na barraca com ele.
  • Paty – Dona do Resort ( Maior barraca da Serra Fina ).
  • Jorge – Cara caramba, cara caraô.

  • Cris – Se ele não quebrar o bastão da Black Diamond, ninguém mais quebra.

  • Willian - Pé frio com sacolinha – Motoboy Jackson Five

20 de junho de 2011

Pedra Grande em Atibaia

Por forças maiores (trabalho) tive que ficar mais um fim de semana em São Paulo, nesse fds meus planos era ir pro Marins, mas mesmo tudo vindo de encontro ao planejado, consegui tirar o domingão pra uma breve pernada pela região.
Na sexta feira eu havia conversado com o Marcelo sobre fazer um rolê no fim de semana, como já sabia que teria que trabalhar, o primeiro plano era ir pra Monte Verde no sábado a tarde. Mas infelizmente trampei até as 9 da noite e todo o plano foi por água a baixo.... agora o plano foi adiado pra domingo, mas devido a distância o destino não poderia ser MV, optamos pelo Pido do Lopo (plano B).. mas depois de uma noitada de sábado, regada a mta vodka, acabei extrapolando o horário e fui chegar no ABC era mais de 8 da manhã.. isso pq havia combinado com o Marcelo de irmos as 11 da manhã hehehehe..
Voltando um pouco na história... no role de sábado a noite eu conheci uma garota na fila do pagamento da balada, não lembro o nome dela, mas sei q era mineira, morava sozinha e curtia viajar... depois de conversarmos ela topou a ideia de nos acompanhar na trilha do domingo... ela e o thesco foram para o ABC, a idéia era descansarmos um pouco e sair rumo a trilha..
Próximo ao horário do almoço estávamos saindo do AP, fui ao encontro da Di e por último fomos pegar o Marcelo.... porem durante o caminho, o Thesco optou por não ir mais pois tinha um churras de um brother pra ir na penha...
Depois de deixa-lo no churras, nós 4 (eu, mineira, Di e Marcelo) pegamos a Fernão Dias.. como eu e havia atrasado toda a galera, acabamos não tendo mta opção e ficamos por Atibaia mesmo, optamos por subir a Pedra Grande...
Chegamos na cidade por volta das 3 horas, e como queríamos curtir o por do sol, formos direto de carro até o inicio da trilha... mochilas ajeitadas... vinho e aperitivos prontos, saímos rumo ao pico...
10 minutos após começarmos a subida, percebi que a mineira não estava aguentando a caminhar... ela fumava que parecia uma maria fumaça, parecia q ela ia cuspir os pulmões hehehehe... ali percebi que ela não aguentaria a pernada e pedi pro Marcelo e a Di subirem sozinhos, que eu iria de carro encontra-los no pico....
Depois disso voltei para o carro e peguei a estrada, chegamos por lá no fim da tarde, praticamente no momento do por do sol... o visual ali valeu o dia! Curtimos por uns minutos ao lado do carro e depois subimos rumo a Pedra Grande pra encontrar o Marcelo e a Di.
O tempo estava excelente, permitia ver toda a região do pico do Lopo e mais a direita os picos de Monte Verde.
O por do sol estava lindo, mal parecia que estávamos tão perto da civilização, porem a cada minuto que passava, mais pessoas iam embora, e não demorou pra sermos os únicos por ali! O frio tb era pra espantar quem não estava acostumado, e pra ajudar o Marcelo e a Di começaram a agilizar o choconhaque! que veio em ótima hora, pois precisavamos nos esquentar!!
Como o carro estava bem próximo não tivemos pressa pra ir embora, ficamos ali até as 10 da noite, o céu estava limpo e mto estrelado, o que nos rendeu boas viagens tentando enxergar o cruzeiro do sul, as 3 marias e mais um monte de estrelas que nos observaram de longe tb :) .
Apesar de ter sido por pouco tempo, esse domingo valeu por todo o fim de semana!
Já tenho ali como a melhor opção pra uma pernada rápida em um fim de semana com pouco tempo!



Participantes :
  • Cris
  • Dani (mineira)
  • Di
  • Marcelo

Fotos : https://picasaweb.google.com/cjulianeti/PedraGrande20DeJunhoDe2011#

12 de junho de 2011

Pico do Corcovado
Subindo na vida em Ubatuba!

Fim de semana do dia dos namorados se aproximava, ficar em São Paulo nunca é uma boa opção, ainda mais num fim de semana onde todo lugar está decorado pra atender exclusivamente casais, estava ai mais um bom motivo pra fugir da selva de pedra!

A pouco tempo o Marcelo havia me apresentado para o grupo que ele costuma viajar, os “Sem Limites”, alguns integrantes eu já conhecia de nome, outros do mochileiros, outros através de relatos, estava ai uma ótima oportunidade pra conhecer mais uma turma que curte aventuras, e no cronograma dessa galera já estava programado uma trip para o Pico do Corcovado, no dia 11 de Junho!>
Excelente oportunidade pois eu precisava fazer um esquenta pra serra fina, e além disso eu não conhecia o pico.
A fama da subida do corcovado não é das melhores, é mais de 1000 metros de desnível onde mais de 90% do tempo vc passa somente subindo, haja academia pra me preparar pra essa empreitada!
Após passar certo apuro com meu carro e colocar em risco toda a viagem, na sexta feira ele ficou pronto, peguei ele na oficina era mais de 19 horas.. voltei pra casa, peguei a mochila e as 21 estava rumo ao posto de gasosa pra encontrar a Di e o Marcelo!! Pouco tempo depois estávamos chegando no Belém, pra encontrar a ultima integrante que iria no carro, a Cris.
Chegamos em Ubatuba aproximadamente as 2 da manha.. como ainda teríamos uma noite pra descansar, a galera foi armar o acampamento.. como eu estava cansado da viagem, somado a uma noite anterior de pouco sono, escolhi dormir no carro mesmo...
Às 7 da manhã eu já estava acordado, pois vi o movimento de uma outra galera que havia acabado de chegar... Após descer do carro fui surpreendido com um senhor, morador da casa próximo ao inicio da trilha, que vinha com uma bandeja e várias xicaras de café... putz, aquilo caiu do céu, pois eu não tinha nada pra comer além de um pacote de bolacha!
Café que foi só um pretexto pra uma ótima prosa, onde conversamos um pouco mais sobre a região, sobre a trilha, e os moradores locais, em específico uma tribo de índios que foram levados para aquele local à alguns anos atrás, segundo ele esse grupo foi levado pela Globo, pra participar de uma novela ou série, e depois de terem feito a gravação a Globo acabou abandonando esses índios por lá, esse foi só um dos assuntos que tivemos durante mais de uma hora que estávamos nos preparando pra iniciar a subida..
Por volta das 10 horas começamos a pernada.... logo no começo nós não nos atentamos e passamos batido a uma entrada, resumindo, nos perdemos logo no início.... após nos perder acabamos achando uma clareira, local onde havia sido enterrado um morador local, (com todo o respeito) nos rendeu algumas rizadas devido ao seu sobrenome!!
Após uma breve parada, nos localizamos pelo GPS e voltamos a procurar a trilha, alguns minutos depois estávamos de volta a ela.... andamos em solo plano por pouco tempo, até começar chegar no pé do morro.... ai a coisa muda, é só subida! Andamos praticamente 2 horas e o GPS ainda apontava mais de 800 mts de subida.
Como a subida é punk, o grupo deu uma pequena dispersada, pois cada um ia no seu ritmo. A primeira parada, onde todos puderam se agrupar novamente, foi na Pedra da Igrejinha, paramos por um tempo pra lanchar e descansar um pouco, pois dali pra frente a piramba aumenta!
Após mais algumas horas de subida, paramos no último ponto de água, local onde completei a água para o restante do dia e fiz o ultimo lanche antes da janta!
De volta a trilha a subida continua, e parece que cada vez vai ficando pior... em alguns trechos os degraus eram da altura do peito... era comum ter que se agarrar em raízes, deitar ou se arrastar, arvores caídas na trilha faziam com que pequenos trechos de trilha surgissem, mas depois da subida não tem como se perder, a trilha é única, não tendo pontos com bifurcação!
Ao chegarmos em 1000 mts de desnível, encontramos uma pequena clareira onde pode ser tb um ponto de camping, disse que pode ser pq no cume o espaço não é muito grande, e se a turma for grande pode ser que falte lugar pra todos..


Ao chegar nessa clareira vem a parte boa, ou ruim! Boa pq são quase 800 mts andando pela crista da serra, e ruim pq em boa parte do trecho o caminho é entre um bambuzal, além disso tem muito capim elefante! Dedos e braços com pequenos cortes eram inevitáveis!
Depois de caminharmos pela crista, sentido ao pico, já é possível avista-lo, nesse ponto ele ainda está a uns 100 mts de desnível, sendo essa a última e acho que pior parte de todas as pirambas da trilha!!
Após subir esse ultimo 100mts, saímos em uma bifurcação, a direita vc sobre sentido ao cume do pico (local pequeno, sem proteção para o vento e com poucos lugares), a esquerda tem um pequeno platô, pequeno mesmo, onde tivemos que fazer mágica pra colocar todas as barracas da galera!
Chegamos ali por volta das 5 da tarde! Todos com exceção da Di, Cris e eu, já estavam com as barracas armadas!
Dali pra frente foi a parte boa! petisco, vinho, cachaça, wiskye eram companheiros inseparáveis, já que o visual era praticamente zero, a neblina era forte e em poucos momentos breves clarões apareciam entre as nuvens....
O cardápio da noite foi simples, porem foi um dos melhores rangos que fiz em montanha! Sempre o simples é o melhor né, acabei fazendo arroz e feijão e pra acompanhar o tradicional suco de guaraná!!!
Após a janta a galera ainda continuou reunida! E pra alegria de todos o Marcelo apareceu com um pote de sorvete, cheio de carolinas!!! Putz, aquilo foi demais, a galera se esbaldou em comer o doce, até que não sobrou um pra contar história!!!
A noite se aproximava, aos poucos a turma ia diminuindo e por volta das 11 da noite todos estávamos indo dormir!
Como é de praxe, já estava me preparando pra acordar cedo e curtir o por do sol! Por volta das 6 horas sai da barraca e encontrei poucos corajosos pra apreciar o nascer do astro rei.. Naquela manhã nem parecia que tivemos uma noite anterior toda fechada por neblina, o tempo estava ótimo, limpo e começando a clarear! Porem estava frio, no termômetro do Rafa apontava 6 graus, além da sensação térmica que não era das melhores!!!
Do pico o visual é incrível, temos uma visão de 360º de toda a região, a frente um visual lindo de toda Ubatuba... a direita é possível ver com clareza a Ilha bela, a frente a ilha de Anchieta e tb todo o detalhe da trilha das 7 praias, que fica praticamente ao pé do corcovado!
Durante mais de uma hora ficamos por ali, andando, conversando, tirando fotos e curtindo o visual!!!
É nessas horas que todo o cansaço, todo o esforço e cada gota de suor faz se valer a pena!
Em certos momentos o pessoal conversava, falava de detalhes da região, da trilha, de onde havíamos deixado os carros... em outros momentos o silêncio imperava, como se fosse algo mais forte do que qquer palavra que cada um pudesse dizer, silêncio que praticamente nos ligava aos primeiros raios de sol que se punham.... momento onde nada mais, além do sopro do vento e as melhores lembranças (em especial da minha família), nos acompanham em cada segundo que se passa....
Após as fotos, os poucos que estavam curtindo aquele momento, voltaram pra barraca pra curtir os últimos minutos da manha, antes que o sol subisse e começasse a esquentar as barracas....
Por volta das 10, 11 horas começamos a arrumar as coisas e nos preparar pra descer!! Mta gente pensa que descer é a melhor parte de tudo isso, porém pra muitos não é! A descida castiga muito as pernas, principalmente os joelhos que sofrem com o peso do corpo+mochila! Porem o tempo de descida é menor do que o da subida e por volta de 14 horas estava chegando ao ponto de onde partimos!
Após nos reunirmos no final, combinamos de fazer o ultima refeição do dia e acabamos parando em uma praça em Caraguatatuba!! Após alguns espetilhos, salgados, doces, cocas e breja, estávamos de volta na estrada, rumo a São Paulo, e felizes por mais um fim de semana ótimo, com uma galera de primeira!
Detalhes:
• Pega-se pouco sol, quase toda a trilha é entre a mata fechada.
• Durante a subida existe dois pontos de água, um logo no começo, antes de começar a subir, e um pouco depois da igrejinha, existe tb um ponto de agua próximo ao cume, após chegar na área de acampamento é possível descer por uns 20 minutos, até encontrar esse outro ponto de água.
Links interessantes:
• Minhas fotos
https://picasaweb.google.com/cjulianeti/PicoDoCorcovadoUbatuba12DeJunhoDe2011
• Fotos do Rafa
http://raffasp.multiply.com/photos/album/310/Pico_do_Corcovado_-_Ubatuba_-_SP
• Fotos do Sandro
http://docemundodeilusoes.multiply.com/photos/album/170
• Tracklog
http://connect.garmin.com/activity/92273226
• Detalhes da trilha no Endomondo
http://www.endomondo.com/workouts/v-k4cCq1N6E

21 de maio de 2011

Pedal na Serra do Japi

Pedal em Cajamar
(por Cristiano)

Dia 18/5, quarta-feira, o fim de semana se aproximava, e a aflição aumentava pois não sabia o que fazer, pra onde ir, só sabia que não iria passar (perder) um fim de semana em casa, de jeito nenhum!!

Na quarta conversei com o Marcelo e ele comentou sobre um possível pedal que poderia rolar no fim de semana, não sabia onde ia ser, nem o caminho, mas estava decidido a ir !!
Na sexta feira fechamos o destino e combinamos o local e o horário, e sábado às 7 horas eu estava no estacionamento do Mc Donalds da General Edgar Facco esperando o Marcelo e a Bruninha. Pouco tempo depois já estavamos reunidos e desmontando as bikes pra colocar no carro!

Cajamar fica bem próximo a São Paulo, não levamos mais do que 30 minutos pra chegar até a cidade... chegando lá fomos direto pra casa do Cleber (amigo da Bruninha), onde batemos um breve papo... vimos qual caminho iriamos fazer e saimos ao encontro do resto do grupo!
Poucos minutos depois estavamos em uma praça, no centro da cidade, local onde o resto do grupo nos aguardava... Após o pessoal se apresentar, saimos rumo a fazenda Japiapé.

Chegamos ao local, tiramos as bikes do carro, e o Marcelo da moto (hehehe, incrivel, ele levou a Bike em cima da Moto, isso sim é paixão pelo esporte hehehe).

Já era possível perceber que um ótimo passeio estava por vir, o tempo estava otímo, o céu estava limpo e sem nenhum sinal de nuvens e mto menos de chuva.
As 09:40 já estavamos todos prontos e rumo a trilha.
Quase todo o caminho foi feito por estradas de terra, chão bem batido...
Como fomos sentido a Serra do Japi, já sabiamos que algumas subidas nos aguardava!! E não foram poucas....
Uma hora depois de termos iniciado o pedal, paramos pra nos refrescar em um pequeno rio que corria em paralelo a estrada... após 30 minutos de bate papo e algumas fotos, continuamos nossa jornada!!


Depois de 30 minutos de pedal pegamos uma bela subida, na verdade essa seria a parte mais puxada do passeio.... porem na metade desse trecho a corrente da bike do Marcelo quebrou, fazendo com que ficassemos por ali durante alguns minutos, até que o Cleber pudesse concertar!
Depois de tirar alguns elos da corrente, o Marcelo já sabia que teria que pegar leve pois a chance de quebrar novamente era bem grande...


Continuamos a subida e pouco tempo depois estavamos chegando ao ponto mais alto do pedal, ali aproveitamos a parada pra ajeitar as coisas pois a descida seria praticamente um downhill!

Putz, a subida que nos tomou algumas horas, sumiu em poucos minutos com as bikes descendo a estrada de terra a milhão!!! Na bike do Marcelo o velocimetro marcou o pico de 57Km/hora!!
Mas como tudo que é bom dura pouco, depois de 7 minutos de descida estavamos chegando em um buteco, que seria o último ponto de parada antes de voltar pra fazenda Japiapé.
Ficamos por ali por alguns minutos e pegamos estrada, que deixava de ser terra e voltou a ser asfalto!

Essa última parte foi tranquila, com pequenos sobe e desce, mas em uma dessas subidas a corrente da bike do Marcelo voltou a quebrar novamente! Agora não havia nada que pudesse ser feito a não ser empurrar, mas inda faltava poucos Kms!!

E apesar de estarmos próximos ao final, tivemos mais uma quebra, a corrente da bike do Evandro tb não aguentou e se partiu!!!
Enquanto o Marcelo empurrava a bike, o Cleber foi na frente da turma pra pegar o carro e fazer o resgate !!

Foram aproximadamente 30km de pedal, feitos em 4 horas onde pudemos aproveitar bem o passeio, bater bons papos e pensar no próximo destino!

21 de abril de 2011

Montanhismo, escaladas e mergulhos no Parque Nacional do Itatiaia

( por Willian Julianeti )
O Parque Nacional do Itatiaia é o mais antigo do Brasil, fundado em 14 de junho de 1937, pelo então presidente Getúlio Vargas. O nome Itatiaia é de origem tupi e significa "penhasco cheio de pontas". O parque está localizado no Maciço do Itatiaia, na Serra da Mantiqueira na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Onde tudo começou
Durante a pernada que realizamos no carnaval, tempo não nos faltava pra decidir qual seria o próximo destino, como sabíamos que seria 2 feriados emendados, a idéia era aproveitar ao máximo esse tempo... e veio do Rafa a sugestão pra irmos pra parte alta de Itatiaia. E apesar dele já conhecer o parque, essa seria a oportunidade ideal pra que eu e meu irmão conhecêssemos os 2 picos mais famosos do parque (Agulhas Negras e Pico das Prateleiras).
O início
Havia combinado com o Rafa de nos encontrarmos na portaria do parque na quinta feira, dia 21, por volta das 9 horas da manhã.... Pra isso eu sai de Araraquara durante a madrugada, com o objetivo de encontrar meu irmão num posto da Fernão pra depois irmos juntos rumo ao parque, local onde o Rafa estaria nos esperando...
Após belas horas na estrada, muito transito e congestionamento fora do normal, aproximadamente as 10:30 da manhã já estávamos passando pela divisa São Paulo/Rio, e atentos ao retorno pro povoado de Engenheiro Passos... ali pegamos a estrada que nos levaria a Caxambu, porem não chegaríamos até lá!!! Estrada simples e muito sinuosa, que normalmente não deve ter movimento, porem nesse dia, todas, todas e todas pessoas devem ter resolvido viajar, incrível, até ali tinha congestionamento!
Depois de +- 23km nessa estrada, encontramos ao nosso lado direito a entrada para a portaria do parque... dali até lá foram aproximadamente 13km por estrada de terra, sendo que os 10km iniciais são bem tranqüilos.... agora os 3km finais, esses são punk, paulera mesmo, em vários momentos nós praticamente parávamos o carro pra poder olhar e escolher o caminho “menos pior” pra passarmos...
Bem, subidas, pedras e buracos vencidos, chegamos na portaria aproximadamente ao meio dia, poucos minutos depois do Rafa/Flavia... e pra nossa grata surpresa também estavam acompanhados pelo Jorge e a Patricia.
Pronto, após deixamos nossos autógrafos e pagarmos as devidas taxas, os frangos Marcelo, Rafa, Flavinha, Cristiano, Willian, Vanessa, Patrícia e Jorge já estavam prontos, todos com mochila nas costas e rumo ao Rebouças.

Dia 1
Após estacionarmos os carros na entrada do parque, seguimos caminho rumo ao abrigo Rebouças, e como já era tarde tivemos que apertar o passo afim de aproveitar a tarde que ainda nos restava.

Aproximadamente 40 minutos depois estávamos chegando no abrigo, e como tínhamos pouco tempo pra fazer algo, decidimos não armar o acampamento naquele instante.
Decidimos deixar as cargueiras no abrigo, pegar as mochilas de ataque e seguir para o nosso primeiro objetivo - a Asa de Hermes.


Frustração, essa é a palavra mais correta para descrever o que nós sentimos no primeiro dia. Depois de quase duas horas ainda não havíamos chegado ao nosso objetivo, o Jorge e a Patricia acabaram retornando pois eles não iriam pernoitar conosco no parque. Mas ainda restava eu, Vanessa, Cristiano, Marcelo, Rafa e Flavinha.
A caminhada estava sendo tranqüila, a trilha era bem clara e com uma vegetação baixa, era possível ver o caminho que iríamos realizar e ao fundo a Asa de Hermes. Mas pouco tempo depois foi a vez da Vanessa e eu não acompanharmos mais o grupo, nosso destino já era visível, faltava pouco, estávamos a menos de 300 metros, porem uma forte gripe castigava a Vanessa e com isso acabamos optando em ficar por ali e esperar o resto do pessoal que ainda tentaria chegar ao nosso objetivo.


O lugar onde paramos nos oferecia todo visual do trecho que ainda restava, ficamos sentados e observando a tentativa do grupo chegar até a Asa de Hermes. Essa ultima parte era somente subida, porem dentre uma vegetação alta, com vários arbustos e pedras grandes. Nesse momento pudemos ver as várias tentativas que foram feitas, todas sem sucesso.
O tracklog que usamos parecia não ter sido feito durante uma caminhada, provavelmente foi montado à mão e não por GPS, ele indicava um caminho que era impossível de ser feito. Na hora o grupo pensou numa outra opção, outro caminho que parecia ser o correto, porem já não tínhamos tempo.
O final da tarde estava próximo, o clima já estava mudando e já era possível perceber que a noite seria fria, acabamos sentindo o amargo sabor do retorno para o abrigo.

Dia 2 (Pico das Prateleiras, Banho de Cachu e Escalada)
Acordamos as 07h30min da matina depois de pegar uma friaca durante a madrugada, beirando os 0 º. Ânimos renovados e muita motivação para conhecer as Prateleiras.


Tomamos um belo cappuccino com cioccolato e preparamos a mochila de ataque. Enquanto estávamos aguardando a Patrícia e o Jorge chegarem ao abrigo, avistamos uma trupe “estilo CVC” que partia para o Pico das Agulhas Negras, e foi nesse momento que ficamos aliviados por escolher subir o pico no dia seguinte.
Enveredamos a trilha e logo nos deparamos com a cachoeira das flores, e mais a frente uma via de +/- 12 mts para escalarmos em Top Hope. Depois de 15 minutos de caminhada o Rafa pediu para continuarmos, pois a Flávia não estava muito boa e eles fariam uma parada mais longa. Chegando a base das Prateleiras, ficamos esperando o Rafa e a Flávia para continuarmos a subida.


A Patrícia, a Vanessa e a Flávia, ficaram na base enquanto o resto dos frangos ascendia ao pico.


Um pouco antes do famoso pulo do gato, o Marcelo travou ao tentar sobrepujar uma fenda de 60 cm em desnível. Precisou colocar as sapatilhas e de muito apoio psicológico. ( Vai lá Marcelo, faz de conta que você é a Mulher Aranha ). Não sei o porquê, mas depois disso ele se motivou e derrotou seus fantasmas.


Chegando ao cume, vislumbramos ao Leste, toda Serra do Mar e o Lago de Furnas, ao Sul, a linda Serra Fina, e a Oeste, o Pico do Itatiaiaçu.


Ao longo da volta, decidimos nos deleitar com um banho na Cachoeira das Flores, a água estava tão gelada que chegou a ser uma experiência asfixiante, mas ao mesmo tempo foi bom para recobrar os sentidos. Durante os nossos mergulhos e golfinhadas, o Jorge e a Patrícia montaram o Top Hope, e por ali brincamos durante algumas horas.



À noite, com um céu límpido e estrelado, nos reunimos no abrigo pra fazer o rango. Hora ideal pra batermos bons papos e dar boas risadas, risadas que só aumentaram quando vimos à quantidade de rango que o Marcelo iria fazer, rango pra pelo menos mais uma pessoa.
Depois de jantar o convite para barraca era irrecusável, pouco tempo depois estávamos todos em seus devidos aposentos.

Dia 3 (Agulhas Negras e retorno pra casa)

No dia anterior nós encontramos uma grande quantidade de pessoas nas Prateleiras, e sabíamos que teríamos problemas se encontrássemos esse grupo rumo ao Agulhas, por esse motivo decidimos acordar mais cedo e começar a trilha antes de todos.
Acordamos as 06h00min, fizemos os preparativos e saímos bem cedo rumo as Agulhas Negras. Desta vez fomos em seis ( Marcelo, Rafa, Patrícia, Jorge, Cristiano e eu).


A subida foi muito agradável e sem nenhum perrengue maior. Somente alguns trechos tensos, devido à exposição, já que escolhemos não nos respaldar com corda.


Andamos rapidamente ao pico, depois de passar por vários trepa pedras, muito aderentes por sinal.


Ficamos durante 30 minutos sentados, conversando e fazendo um lanche. Mesmo com a grata sensação de o cume ser exclusivamente nosso, tivemos que nos preparar subitamente, pois o tempo estava fechando e a craudiação chegando.


A volta ao abrigo foi indubitavelmente comparada à subida, rápida e sem muitas delongas, mas desta vez preferimos fazer um rapel a nos aventurar em exposições maiores.

Chegamos ao abrigo, desmontamos as barracas e deixamos para trás a satisfação de conhecer mais um lugar maravilhoso e mágico.

Pontos negativos:
  • Tivemos que mudar as barracas de lugar no segundo dia, pois não havia sinalizações claras dos locais de acampamento.
  • O controle precário do Parque em administrar a quantidade de pessoas acampadas, pois muitos diziam que passariam somente o dia e acabavam pernoitando.
  • A falta de instrução dos guias, que deixavam os turistas fumarem dentro do Parque. ( Nem precisamos relembrar a queimada que aconteceu em 2010 ) http://www.oeco.com.br/blog-trajetoriafumaca/24283-500-hectares-queimados-em-itatiaia

Pontos Positivos
  • A Vanessa subiu uma montanha pela primeira vez.
  • Marcelo fez sua primeira trip junto com os frangos.
  • O tempo colaborou e nos proporcionou a visão de belas paisagens.
  • Trocamos contatos com uma galera gente boa do Rio de Janeiro.
  • O bastão Black Diamond é show de bola.
  • A companhia de todos, e a satisfação de estarmos em um lugar maravilhoso com pessoas que gostamos, é com certeza o maior ponto positivo.
  • Frangos presentes:
  • Patrícia
  • Jorge (Bell Marques, Chiclete com Banana )
  • Rafa
  • Flávia
  • Cristiano
  • Marcelo ( Mulher Aranha )
  • Willian
  • Vanessa ( aspirante a montanhista )

4 de março de 2011

Lapinha-Tabuleiro debaixo d'água
(por Rafa, frangosescaladores.blogspot.com)

Mesmo tenho já feito duas vezes a clássica travessia Lapinha-Tabuleiro, as duas ida e volta, ainda me encanto por aquelas bandas. Então, juntamos alguns animados para enfrentar a chuvarada e fazer novamente essa pernada. Com uma diferença: dessa vez, passando pelo Pico do Breu e acampando no cume no primeiro dia.

Um grupo que inicialmente seria de 8 pessoas, acabou somente com 3 integrantes:

  • Pat e Jorge são chiques demais e foram passar o Carnaval no Chile (trabalhando)
  • Flavinha teve que ficar cuidando da Mimosa que apareceu na última hora com uma infecção no útero

A travessia Lapinha-Tabuleiro é a mais clássica de Minas Gerais e uma das mais clássicas do Brasil. É uma pernada relativamente fácil, com poucos desníveis grandes, e muita caminhada no pé da serra. Ela inicia no vilarejo da Lapinha da Serra, a 10 km de Santana do Riacho e termina na famosa cachoeira de Tabuleiro, com seus 273 metros de queda livre e visual impressionante. Há 2 pontos principais de acampamento na travessia que são a casa da Dona Ana Benta (a 4 horas de caminhada da Lapinha) e a casa da Dona Maria (a 1 hora e meia de caminhada da cachoeira de Tabuleiro). Existe ainda uma variante da travessia, bem menos frequentada, que passa pelo cume do Pico do Breu, ponto culminante da Serra do Cipó, e desce pela sua ingreme encosta para reencontrar a trilha original bem próximo à prainha, no rio Parauninha. Esse caminho agrega dificuldade, tanto em navegação (não há trilhas marcadas) quanto em desnível, e beleza à caminhada, e é por lá que eu queria ir dessa vez.


A previsão do tempo dizia:

  • Sábado - tempo chuvoso (15mm)
  • Domingo - tempo chuvoso (39mm)
  • Segunda - tempo fechado com períodos de melhoria (2mm)
  • Terça - tempo fechado com períodos de melhoria (6mm)

Armados até os dentes com capas de chuva, anorak, calças impermeáveis e afins, ignoramos a previsão do tempo, e tocamos para a Lapinha.



No sábado de manhã, depois de pegar o Cristiano e o Willian que vieram de SP e Araraquara respectivamente, na rodoviária. A Flavinha foi com a gente para voltar para BH com o carro, e voltar na terça para nos buscar. Chegando na Lapinha, o tempo já estava bem fechado, com muitas nuvens carregadas. Começamos a caminhada às 13, e meia hora depois já colocamos os anoraks para nos proteger de uma chuva fina.

Contornamos a serra logo em frente ao vilarejo, e fomos em frente rumo ao Pico do Breu. O grande problema foi que a partir de um certo ponto, não havia trilha marcada. Fomos tentando nos guiar pelo GPS, e acabamos enfrentando a maior das roubadas do feriado. O GPS nos dizia para subir uma cachoeira de pedras para continuar na trilha. Decidimos seguir em frente com a esperança de que encontraríamos a trilha novamente mais a frente, mas não deu certo. Fomos obrigados a escalar um pedaço de uns 10 metros da serra, para atingir um grande descampado, e a partir daí correr atrás da trilha novamente.

Depois de umas duas horas de sobes e desces, muitos erros de trilha, e visibilidade de menos de 15 metros, "sem querer" nos demos conta de que estávamos no cume do benedito do Pico do Breu. Dessa vez o GPS valeu o seu preço, pois sem ele, provavelmente ainda estaríamos lá procurando o caminho, já que a navegação visual era praticamente zero. Armamos acampamento bem no cume, e às 18:30 já estávamos em nossas barracas, preparando o jantar.
O mestre cuca Cristiano fez uma bela gororóba com linguiça calabresa e queijo parmesão, enquanto eu testava a tal comida liofilizada. Às 20:00 eu já estava apagado na barraca, bem cansado da bela pernada em baixo de chuva. De madrugada, da-lhe chuva!

Dia 2
Acordamos por volta das 8 da manhã, e fomos presenteados com 10 minutos de tempo aberto, que foram suficientes para termos uma linda vista do vale abaixo do Pico do Breu.
Cristiano e Willian fizeram um belo capuccino com chocolate alpino, e começamos a levantar acampamento em meio a uma chuva bem fina. Bem perdidos pela falta de visibilidade do dia anterior, identificamos o caminho de descida do pico e o ponto aonde interceptaríamos a trilha original, e com as mochilas nas costas começamos a descida da encosta do Breu. Duas horas de uma bela descida, com uma chuva intermitente na cabeça, deixaram os joelhos um pouco doloridos, mas o visual compensou. Sem trilha marcada novamente, mas com o tempo com menos neblina, conseguimos seguir mais ou menos a indicação do GPS, escolhendo os melhores pontos para atravessar os riachos de água que desciam da montanha.



Chegamos então à prainha do Parauninha, e o próximo passo era atravessá-lo. O que antigamente era um caminho de pedras em meio a um riozinho calmo e raso, se tornou um belo rio de 1 metro e tanto de produndidade. Comemos algo, e naquele frio, guardamos as roupas e atravessamos o rio com as mochilas acima da cabeça.
Continuamos então a trilha do outro lado do rio, que agora já se tornava bem mais plana, com uma chuva fina que não parava. Seguimos o pé da serra por mais uma hora e meia, atravessando alguns riachos com água nos joelhos, até a subida que nos levou à estradinha de terra. A quantidade de água que caía da serra era impressionante. Para todo lado que olhávamos, havia uma cachoeira por entre as pedras.

Cruzamos a porteira e continuamos a leve descida ainda debaixo de chuva, até a casa da Dona Maria. Chegamos lá debaixo de uma forte neblina, tomamos um fantástico banho quente, cozinhamos mais um jantar, e às 20:30 eu já estava novamente apagado na barraca. De madrugada, pra não perder o costume, dá-lhe chuva!

Dia 3
Acordamos com a esperança de uma melhora no tempo (prometida pela previsão), e demos de cara novamente com uma forte neblina e chuva fina. Deixamos as barracas e mochilas lá mesmo (com a esperança de que o tempo iria melhorar e secar a barraca), e fomos em direção a parte de cima da cachoeira de tabuleiro somente com uma mochila de ataque. Como sempre, debaixo de chuva e névoa.

Quase 2 horas depois, chegamos na entrada do canyon que dá acesso à boca da cachoeira. Chegando lá, fiquei impressionado com a quantidade de água que descia. Esta foi a sétima vez que fui à parte de cima da cachoeira de Tabuleiro, e nunca tinha vista nada parecido com aquilo.

Como não daria para entrarmos no canyon, fomos em direção ao paredão de pedra, por cima, para conseguir uma vista da cachoeira. Neste momento, o tempo deu uma trégua, e depois de uns 10 minutos por uma trilha marcada, tivemos uma vista privilegiada da cachoeira. Um mundaréu de água caindo a 270 metros de altura. Realmente impressionante! O volume de água só fez deixar a cachoeira mais bonita ainda, com duas grandes colunas de água que desciam toda a extensão da queda até tocar o poço.

Ficamos por algumas dezenas de minutos apreciando a queda, aproveitando o tempo bom. Pegamos então a trilha de volta, e após 15 minutos o tempo já estava fechado de novo, com chuva fina e forte névoa. Chegamos de volta na casa da Dona Maria por volta das 13:00, desmontamos as barracas, arrumamos novamente a mochila e nos preparamos para pegar a trilha de volta. Conhecemos lá o Marquinhos, neto do seu Zé de onze anos de idade. Muito curioso, nos perguntando sobre as mochilas e equipamentos, dei de presente pra ele um mosquetão pêra que carregava na mochila, com a dívida de que ele teria que aprender a usá-lo. O Willian ainda deu pra ele um chaveiro com uma lanterninha de LED que o deixou todo animado. Comemos algumas bananas (algumas maduras outras nem tanto) gentilmente oferecidas pelo Seu Zé, e pegamos o caminho de volta.

Pra variar, caiu uma bela chuva no caminho que durou até chegarmos próximo à porteira da estradinha de terra. E aí, quem resolveu dar o ar da graça? Depois de três dias cinzas, o Sol resolveu aparecer. Paramos num riozinho pra comer e ficamos batendo papo aproveitando o calor do sol e o tempo aberto.

Continuamos a trilha com tempo bom, e depois de descermos a serra, sugeri que continuássemos caminhando e acampássemos depois do Rio Parauninha, ao invés de parar na Dona Ana Benta. Atravessamos o rio novamente com água no peito, e continuamos a caminhada no escuro, aproveitando o bom tempo e a temperatura bem agradável. Chegamos no ponto de acampamento às 20:00, que ficava perto do curral de pedra. Armamos as barracas, e em meio a muitos mosquitos, formigas e uma aranha que perseguia a minha barraca, fizemos mais um belo jantar (com direito a linguiça calabresa, queijo parmesão e salaminho) e fomos dormir.

Dia 4
Só pra não perder o costume, choveu bastante durante toda a noite. No entanto, para nossa sorte, a terça-feira amanheceu com tempo nublado mas bem seco. Arrumamos novamente as mochilas, e pegamos a trilha para o trecho final de caminhada.

Num passo bem rápido, subimos e descemos a serra, e após 2 horas estávamos no vilarejo da Lapinha. Enquanto esperávamos a Flavinha chegar com o carro para nos buscar, passamos ainda num restaurante próximo ao Cruzeiro, e comemos um excelente prato feito, com filet mignon e champignon, e uma cervejinha porque ninguém é de ferro.

Resumindo, foram 4 dias e 52km de muita chuva e muito perrengue, mas de visuais incríveis e muito bom humor. O Cristiano e o Willian foram parceirassos, e por isso as decisões difíceis que precisamos tomar se tornaram bem mais fáceis dentro do bom senso de cada um, e da preocupação com a segurança.

Apesar de tudo, foi uma travessia incrível, aproveitada em cada instante pelos diversos percauços que não nos deixavam esquecer o quão pequenos somos diante das montanhas e da natureza.

Agora é só deixar tudo secando durante uma semana pelo menos, e estamos prontos para a próxima.... Hehe...

Pontos altos do feriado:
  • Flavinha pegou estrada de terra sozinha pela primeira vez... E não caiu em nenhum mata-burro!
  • Anorak novo do Rafa quebrou um galhasso com a chuvarada toda
  • O Capuccino com chocolate alpino do Cristiano entrou para a lista de melhores cafés da manhã na montanha do Brasil
  • Comemoramos o aniversário do Willian e o dia internacional das mulheres (coincidência??) no último dia de caminhada
  • Vamos ter que provar o açaí liofilizado, porque o sorvete liofilizado que prometia muito foi um fracasso

Frangos presentes:
  • Rafa
  • Cristiano (broua)
  • Willian (rrródddinha)